CONEXÃO GEOGRAFIA
Prof. Décio - E. E. João dos Santos - São João del-Rei/MG
GRANDES BIOMAS BRASILEIROS
A grande extensão territorial e latitudinal e a diversidade morfoclimática do Brasil, explicam a grande riqueza vegetal que o Brasil possui. Existem florestas, matas, cerrados, caatinga e campos como principais tipos de vegetação natural (original).
Entretanto não podemos esquecer que a grande parte desta vegetação original, já foi e continua sendo impiedosamente devastada criando sérios riscos de acidentes e desequilíbrios ecológicos. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, já devastaram a maior parte de sua vegetação original. Os desmoronamentos das encostas, o desaparecimento de espécies de vegetais e animais, as queimadas e os crimes ecológicos principalmente nas regiões norte e centro-oeste, tem sido cada vez mais freqüentes ao passo que o reflorestamento ainda é muito tímido.
A vegetação brasileira é classificada em três grupos:
1.Formações Florestais
a) Floresta latifoliada equatorial ou floresta amazônica;
b) Floresta latifoliada tropical úmida ou Mata Atlântica;
c) Floresta aciculifoliada ou Mata dos pinhais ou das araucárias;
d) Babaçuais ou Mata dos cocais;
e) Matas de galerias ou ciliares;
2. Formações arbustivas ou herbáceas
a) Caatinga
b) Cerrados
c) Campos
3. Formações Complexas
a) Complexo do Pantanal;
b) Vegetação litorânea.
FLORESTA AMAZÔNICA
É uma floresta pluvial, úmida, denominada equatorial pela faixa climática em que se localiza. Apesar da devastação que tem sofrido ao longo do tempo, a floresta amazônica ainda é a maior floresta equatorial do mundo, abrangendo uma área total de quase 5 milhões de Km2, que inclui 60% do território brasileiro os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Amapá, noroeste do Tocantins e oeste do Maranhão, além de outros países como as Guianas, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
A floresta amazônica apresenta as seguintes características:
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É heterogênea, pois possui grande variedade de espécies vegetais;
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É higrófila, pois apresenta ambiente úmido;
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É latifoliada, pois possui folhas largas e grandes;
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É perene, pois está sempre verde;
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É compacta apresentando grande densidade vegetal o que dificulta o melhor conhecimento e exploração econômica.
As variações locais de clima, solo e relevo são responsáveis pela existência de diferentes tipos de vegetação dentro do conjunto.
A floresta amazônica tem dentro de seu domínio a mais diversificada e rica formação vegetal do planeta. Muito heterogênea, suas matas dividem em três tipos principais:
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Mata de igapó ou caaigapó – parte da floresta situada junto aos rios e que permanece sempre inundada. É a mata mais fechada e de difícil penetração. Espécies vegetais: vitória-régia, piaçava e açaí, entre outras.
2. Mata de várzea – parte da floresta que sofre inundação periódica. Localiza-se nas baixadas marginais, podendo alcançar por vezes até 100km. Espécies vegetais: seringueiras, jatobás e palmeiras, entre outras.
3. Mata de terra firme ou caête – parte da floresta situada nas áreas mais elevadas e por isso sempre livre da inundação. É onde encontramos a maior variedade de espécies vegetais com arvores de até 60m de altura, com copas enormes que se juntam a ponto de impedir a penetração de luz o que torna o interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Espécies vegetais: andiroba, castanheira, mogno, guaraná, cedro, etc.
O desmatamento provocado pela extração ilegal de madeira, pelas queimadas, a limpeza do solo destinado à agricultura e pasto é considerado o problema ecológico brasileiro mais urgente, pois ameaça a qualidade de vida não só dos brasileiros, mas de todo o planeta, pois a floresta amazônica é considerada o regulador do clima do mundo, amenizando o calor no planeta e responsável pelo regime de chuvas no país.
FLORESTA TROPICAL OU MATA ATLÂNTICA
A MATA TROPICAL ou MATA ATLÂNTICA também conhecida por floresta latifoliada tropical úmida, estende-se ao longo do planalto atlântico, ocupando as encosta e a porção oriental ou leste do país, principalmente as escarpas das serras voltadas para o oceano Atlântico, penetrando mais profundamente no interior do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Seu aspecto primitivo é de uma mata imponente com arvores de até 30m. Tem como espécies principais a peroba, figueira, cedro e palmito em grande quantidade.
Trata-se de uma vegetação densa e exuberante com as mesmas carcaterísticas da floresta equatorial, entretanto, apresenta maior biodiversidade que a floresta amazônica, cuja existência está ligada ao relevo e a umidade. Por ocasião do descobrimento do Brasil a Mata Atlântica estendia-se do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul (por todo o litoral). Entretanto com a ação devastadora do colonizador, substituiu-a por áreas de cultivo, pastos, cidades. Esta bela e rica vegetação original encontra-se hoje em dia quase totalmente devastada, principalmente nas áreas ocupadas com a agricultura, nas áreas de extração de madeira e lenha para fins comerciais.
MATA DOS PINHAIS OU MATA DAS ARAUCÁRIAS
A MATA DOS PINHAIS OU MATA DAS ARAUCÁRIAS, é uma vegetação típica da região sul do Brasil, formada principalmente por pinheiros ou ARAUCÁRIA como é conhecida a espécie brasileira. É uma vegetação típica de clima subtropical, formada por floresta homogênea, aciculifoliada, aparecendo no sul do Estado de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Devido a intensa exploração de sua madeira pela indústria de construção civil e de papel, hoje essa espécie de arvore encontra-se bastante degradada pela ação humana, limitando sua presença em apenas reservas no Paraná e Santa Catarina, bem como regiões serranas, onde é difícil sua exploração.
MATA DOS COCAIS
Temos também a MATA DOS COCAIS, localizada nos Estados do Maranhão e do Piauí (região nordeste do Brasil), onde se desenvolvem as plantações de Babaçus e Carnaúbas, árvores do tipo palmáceas (palmeiras e coqueiros) que fornecem grande variedade de produtos, como óleo, cera, madeiras, entre outros. É considerada uma vegetação de transição, pois não possui um bioma definido.
CERRADO
Além dessas grandes florestas, duas formações de porte médio (arvores médias e arbustos) caracterizam a paisagem brasileira. Vamos ter o CERRADO também chamada de savana brasileira, é uma vegetação típica da porção central do Brasil, compreendendo os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e parte da Bahia. É uma vegetação de clima mais seco (sub-úmido), apresentando árvores de porte médio, troncos retorcidos, casca grossa e pouca folhagem.
Infelizmente o cerrado brasileiro, também vem sofrendo grande devastação humana, devido a substituição pelas grandes áreas agrícolas (soja e algodão), pastagens e a utilização de sua madeira para a produção de carvão vegetal.
O clima do cerrado é o tropical semi-úmido, com as estações seca e chuvosa bem definidas; e os solos, em geral, são ácidos e pouco férteis. Isso faz com que a vegetação seja composta por arbustos retorcidos, com casca espessa, associados a uma vegetação inferior formada de gramíneas.
"Em geral, o espaçamento entre os arbustos é grande, o que faz do cerrado uma paisagem vegetal aberta, adequada à prática da pecuária extensiva, aliás uma das principais atividades econômicas do Centro-Oeste. Às vezes, os arbustos e árvores aparecem concentrados formando os chamados bosques ou capões.
Embora não aparente, o cerrado é bastante rico em biodiversidade, dispondo de uma variada flora, na qual encontramos o pequizeiro, aroeira, jatobá, ipê, buriti, fruta do lobo, entre outras.
CAATINGA
Além do cerrado, temos também no Brasil, a CAATINGA, vegetação típica de clima semi-árido, ou seja, chuvas irregulares e períodos de secas prolongadas, possuindo poucas espécies de arvores, sendo em sua maioria arbustos, com poucas folhas e muitos espinhos, também conhecidas como xerófilas. Aparece na região seca do sertão nordestino (nordeste do Brasil), o norte de Minas Gerais, abrangendo os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Maceió e Sergipe.
A caatinga, ou mata branca, é a vegetação que caracteriza a estepe brasileira.
Como características da caatinga temos:
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é uma vegetação heterogênea que se apresenta ora como moitas isoladas, ora como matas fechadas;
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é constituída de árvores e arbustos que perdem as folhas na estação seca e arbustos espinhentos (as cactáceas);
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é uma vegetação do tipo xerófila (de ambiente seco);
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apresenta arbustos associados às cactáceas e bromeliáceas;
Na estação da seca, que é bastante longa, as árvores e arbustos perdem suas folhas a fim de evitar a transpiração e armazenar a água que absorveram na curta estação chuvosa, o que lhes garante a sobrevivência. No retorno das chuvas a caatinga se cobre de verde, modificando totalmente a paisagem.
As cactáceas, por não possuírem folhas e terem o caule protegido por uma película que impede a transpiração, permanecem verdes o ano todo. O mesmo acontece com o umbuzeiro, a quixabeira e o juazeiro que, dispondo de raízes intumescidas , armazenam a água necessária à sua manutenção. Também vem sofrendo grande intervenção humana, devido aos projetos de irrigação sendo substituída pelas plantações de fruticultura.
CAMPOS
Diferentemente destas formações arbustivas, vamos encontrar na região sul do Brasil, os CAMPOS, formação de gramíneas e herbáceas, ou seja, vegetação rasteira, muito utilizada para a atividade criatória (pecuária). Vamos encontrar os CAMPOS principalmente no Rio Grande do Sul, e em pequenas porções de Roraima e no Pará (Ilha de Marajó).
Os campos são constituídos por uma vegetação rasteira, herbácea, em que predominam as gramíneas, podendo apresentar-se de forma contínua (campos limpos) ou com a presença de arbustos isolados na paisagem, formando os chamados campos sujos.
As principais áreas de campos no Brasil são: Campanha Gaúcha (Pampas), campos de Vacaria, de Passo Fundo (RS), campos de Lages (SC), campos de Curitiba, de Ponta Grossa, de Guarapuava, de Palmas ( Campos Gerais do PR), Campos de altitude na serra da Matinqueira (SP_MG), campos do Pantanal (MS), campos de Goiás (GO), de Roraima (RO) e da Ilha de Marajó (PA). Os chamados campos inundáveis, na Amazônia, são também formados de gramíneas, porém diferentes dos campos da região sul do país.
Por serem constituídos de gramíneas, que em geral, cobrem relevos planos ou suavemente ondulados, os campos compõem boas pastagens naturais.
O extrativismo vegetal não tem posição de destaque, salvo a extração de erva-mate, nos campos do Sul, e de algumas fibras para construir cestos, esteiras e outros objetos.
VEGETAÇÃO LITORÂNEA
A VEGETAÇÃO LITORÂNEA formada por dois tipos de vegetação, uma rasteira e palmáceas (coqueiros) junto às praias e areais denominados RESTINGAS e outra junto à foz de rios e reentrâncias no litoral no encontro das águas doces dos rios e as águas salgadas do Oceano Atlântico denominados MANGUEZAIS, aparece ao longo de diversos trechos do litoral brasileiro.
As restingas compreendem os ecossistemas costeiros que sofrem influência marinha com vegetação fisionomicamente distinta que cresce em solo arenoso e que suporta fatores como a salinidade, ventos e insolação forte, formada principalmente por herbáceas, gramíneas, arbustos e coqueiros.
Os mangues possuem características de plantas higrófilas (adaptadas a ambientes úmidos), halófilas (adaptadas a ambientes de água salgada) e de raízes pneumatóforas (raízes aéreas que trocam oxigênio diretamente com o meio), geralmente com mata densa e fechada. Desse ambiente, aparece uma grande variedade de espécies, constituindo um verdadeiro berçário natural para diversas espécies de animais. Os mangues também vêm sofrendo grande devastação em virtude da ocupação humana (especulação imobiliária) e do lançamento de esgotos industriais e domésticos.
VEGETAÇÃO DO PANTANAL
Finalizando a vegetação brasileira, temos o COMPLEXO DO PANTANAL, que abriga uma formação vegetal muito variada, desde formações florestais até espécies rasteiras (campos), que formam extensos pastos utilizados pela pecuária.
Dá-se o nome de Complexo do Pantanal aos diversos tipos de associações vegetais que ocorrem na área do Pantanal Matogrossensse, imensa planície de 140.000 km2 , que, por suas cheias anuais, é considerada a maior planície inundável do mundo.
Seu solo é arenoso e pobre, porém, na época das chuvas, os rios transbordam e carregam folhas, galhos e restos de animais mortos que, depois de decompostos, fertilizam a terra inundada. Existem áreas bastante diversificadas cobertas por vegetação variada em que se alternam plantas aquáticas, de banhado, de mata ciliar, de campo limpo, de cerrado e, até mesmo, de caatinga. Assim, o Pantanal serve de exemplo de vários tipos de vegetação brasileira, todos reunidos numa só área, razão pelo qual é considerado vegetação complexa e de transição.
MATAS DE GALERIA OU CILIARES
As matas galerias se desenvolvem ao longo dos cursos fluviais (vegetação que acompanha os rios), sendo encontradas em diversas partes do planalto Brasileiro. Em geral, quanto mais próximas estiverem dos rios, mais fechadas e ricas elas se apresentam e, à medida que a umidade diminui, elas vão cedendo lugar a outras formações vegetais menos exigentes de água.
A vegetação é diversificada, podendo apresentar as mesmas espécies frutíferas presentes em outros domínios florestais do território brasileiro, havendo relação direta com a umidade, tipo de solo e oportunidade de propagação de sementes.