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O CLIMA DO BRASIL

 

Antes de iniciar os estudos sobre os tipos de climas no Brasil é necessário aprender sobre os principais fatores que influenciam o clima no país, entre eles a altitude, a latitude, a continentalidade, as correntes marítimas e as massas de ar.

A altitude, sozinha não é grande responsável por alterações climáticas no Brasil, uma vez que 95% do território brasileiro estão a menos de 1.200m de altitude, exceto Campos do Jordão, São Paulo as Serras Gaúchas e Catarinenses, algumas localidades na Serra da Mantiqueira e Serra do Mar (cidades serranas no Rio e Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná). Calcula-se que a cada 200m de altitude a temperatura diminua 1 grau centígrado. Assim, quanto maior a altitude, menor a temperatura. Comparem na tabela abaixo as altitudes e as médias térmicas anuais de diferentes lugares no Brasil:

Outro fator que influencia o clima brasileiro é a latitude, uma vez que o território brasileiro, apresenta variação latitudinal de cerca de 40°. Quanto maior a latitude, menor as temperaturas e maior a amplitude térmica na região (vice-versa). Assim as cidades mais próximas a Linha do Equador (região norte do Brasil), possuem amplitudes térmicas menores e temperaturas mais altas do que as cidades localizadas no sul e sudeste do país. O mapa ao lado permite visualizar a diferenças de temperaturas em 3 cidades de latitudes distintas no Brasil.

Outro fator importante na formação do clima brasileiro é a continentalidade. Quanto menor a distância em relação ao mar, menor a amplitude térmica e maior a pluviosidade (maritimidade). Como o Brasil é um país de grande extensão continental, as regiões afastadas do oceano, sofrem o processo inverso, ou seja, possuem maior amplitude térmica e baixa pluviosidade. Desta forma, os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e interior do território brasileiro apresentam alta variação de temperatura.


Também as correntes marítimas influenciam a formação do clima brasileiro, uma vez que o Brasil sofre a influência de duas correntes quentes: a Corrente do Brasil na região sul e a Corrente do Golfo no norte. Ambas contribuem para a formação de climas quentes e alta pluviosidade.


Entretanto, são as massas de ar que constituem o principal elemento determinante dos climas brasileiros, pois podem mudar bruscamente o tempo nas áreas que atuam. O Brasil sofre a influência de praticamente todas as massas de ar que atuam na América do Sul, exceto as que têm origem no Oceano Pacífico, tendo em vista que a Cordilheira dos Andes faz uma barreira impedindo sua entrada no oeste do país.
 
Por ter 92% de seu território na Zona Tropical e estar localizado no hemisfério sul, onde as massa líquidas (oceanos e mares) ocupam maior espaço que as massa sólidas (continentes), o Brasil é influenciado predominantemente pelas massas de ar quente e úmido (Massa Equatorial Continental (mEc), Massa Equatorial Atlântica (mEa) e a Massa Tropical Atlântica (mTa)) e seca (Massa Tropical Continental (mTc)) No entanto, durante o inverno o país sofre bastante com a presença de uma massa fria e úmida, a Massa Polar Atlântica (mPa).

A Massa Equatorial Continental é originária da Amazônia ocidental, área de baixa latitude e muitos rios, sendo uma massa de ar quente, úmido e instável. É a que mais exerce influência no Brasil atingindo todas as regiões durante o verão, provocando alta pluviosidade e umidade. NO inverno esta masa de ar recua sua atuação, ficando restrita ao oeste da Amazônia.

 

A Massa Tropical Atlântica de ar quente e úmido origina-se no Atlântico sul. Formadora dos ventos alísios sudeste, atua na longa faixa litorânea brasileira que se estende da região sul ao nordeste do país. No inverno quando se encontra com a Massa Polar Atlântica, provoca chuvas frontais no nordeste e chuvas orográficas no sudeste do Brasil.

 

A Massa Equatorial Atlântica também quente e úmida, origina-se próximo ao Arquipélago de Açores na África, sendo responsável pela formação dos ventos alísios de nordeste, atuando principalmente durante a primavera e o verão no litoral das regiões Norte e Nordeste.

 

Massa Tropical Continental tem sua origem na depressão do Chaco no Paraguai, isto é, uma zona de altas temperaturas e pouca umidade. É a única massa de ar no Brasil que é quente e seca. Atua na região Centro-Oeste e no oeste das regiões Sul e Sudeste onde ocorrem longos períodos de tempo quente e seco.

 

A Massa Polar Atlântica por se originar no Oceano Atlântico ao sul da Argentina, num local de latitudes médias, é uma massa de ar, fria e úmida. Atua principalmente no inverno, dividindo-se em três ramos separados pelo relevo brasileiro. 
 

Os dois primeiros ramos referem-se ao corredor de planícies interiores brasileiras, subindo o primeiro pelo Vale do Rio Paraná atingindo a Região Sul e traz ventos frios como o Minuano e o Pampeiro, causando a formação de granizo, geada e neve nas serras catarinenses e gaúchas.

 

O segundo ramo em razão das baixas altitudes do Brasil central, permite o avanço da massa de ar frio e úmido até a Amazônia, Mato Grosso, Rondônia e Acre, causando o fenômeno conhecido como friagem. E por último o terceiro ramo refere-se ao avanço da massa de ar pelo litoral brasileiro, do Sul ao Nordeste, provocando chuvas frontais durante o inverno nordestino.

 

Vamos classificar os tipos climáticos brasileiros de acordo com a atuação e circulação das massas de ar, que determinam o clima no Brasil.

  • Clima Equatorial Úmido – este tipo de clima é determinado pela mEc e sua área de atuação é a Amazônia. Tem como principal característica a elevada taxa de umidade em virtude da presença de grandes rios, da floresta Amazônica, das altas temperaturas por encontra-se em baixas latitudes. As chuvas são constantes e abundantes (alta pluviosidade) e baixa amplitude térmica. As médias térmicas anuais variam entre 25°C a 28°C.

  • Clima Litorâneo Úmido – Abrange a faixa litorânea da costa do Nordeste e do Sudeste brasileiro e sofre influência da mTa. Apresenta como características chuvas concentradas no inverno e temperaturas médias anuais elevadas.

  • Clima Tropical Continental – é o clima mais representativo do Brasil, sendo por isso, também chamado de tropical típico, abrange as áreas interiores do Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país. Devido a existência de duas estações bem definidas, apresenta duas características marcantes: verões chuvosos provocado pela atuação mEc e pela mTa e invernos secos sob a influência da mTc e mPa. Devido a influência da continentalidade, apresenta amplitudes térmicas anuais elevadas.

  • Clima Tropical Semi-Árido – Característico da região Nordeste e do norte de Minas Gerais, que devido a altitude do relevo próximo ao litoral que cria uma barreira impedindo a passagem das chuvas e a continentalidade, as massas de ar que atuam na região (mTa e mEc) perdem a umidade a medida que avançam para o interior, provocando baixa pluviosidade e chuvas irregulares, sendo inferior a 500mm ao ano. As médias térmicas anuais e as temperaturas são elevadas.

  • Clima Tropical de Altitude – localiza-se nas áreas de maior altitude na região Sudeste, sofrendo grande influência das mTa no verão e mPa no inverno. Apresenta verões menos quentes, invernos mais frios e maiores índices pluviométricos.

  • Clima Subtropical Úmido – aparece na região sul do Brasil é dominado pela mTa, mas sofre grande influência da mPa no inverno. Apresenta altos índices pluviométricos, com estações bem definidas e chuvas bem distribuídas durante o ano. Durante o inverno é comum a formação de geadas e chuvas de granito, podendo ocorrer neves nas áreas de maior altitude nas serras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS E CLIMOGRAMAS DOS CLIMAS BRASILEIROS

  • Clima Equatorial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa latitude, apresenta médias térmicas mensais elevadas que variam de 24 °C a 27 °C. A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de temperaturas entre as médias dos meses mais quentes e mais frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 °C); os índices pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a 2500 mm ao ano, chegando a atingir 4000 mm; o período de estiagens é bastante curto em algumas áreas. A região é marcada por chuvas o ano todo.

  • Clima tropical típico ou tropical semi-úmido. Apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas são elevadas, oscilando entre 20 °C a 28 °C e os índices pluviométricos variam em torno de 1500 mm.

  • Clima semi-árido. É um tipo de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido (seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 500 mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), concentradas num curto período (três meses do ano) – chuvas de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quente, com estiagens acentuadas.

  • Clima Tropical Litorâneo. Porção do território brasileiro próximo ao litoral. Vai do Rio Grande do Norte ao norte de São Paulo. Ampla influência da mTa. No inverno, costuma ocorrer o avanço da mPa sob a forma de frente fria, que desloca a mTa e leva chuva para o litoral, com médias pluviométricas elevadas no outono-inverno e médias térmicas altas.

  • Clima tropical de altitude. Apresenta médias térmicas anuais entre 14 °C e 22 °C. As chuvas ocorrem no verão, que é muito quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas, por influência da altitude e da massa de ar Polar Atlântica (mPa).

  • Clima subtropical. Ao contrário dos demais climas brasileiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, temperaturas médias, não muito elevadas. As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o verão são provocadas pela massa de ar Tropical Atlântica (mPa). No inverno, é freqüente a penetração da massa Polar Atlântica (mPa) ocasionando chuvas frontais, precipitações causadas pelo encontro da massa quente (mTa) com a fria (mPa). Os índices pluviométricos são elevados, variando de 1250 a 2000 mm anuais.

A palavra clima vem do grego e significa “inclinação solar”. Como o Brasil é muito grande de norte a sul, o Sol, ao longo do ano, varia muito sua inclinação. Na zona equatorial, por exemplo, a variação da inclinação do Sol é pouco, lá o Sol está sempre alto no céu e diz-se “não haver inverno”. Por outro lado, na região sul do Brasil (PR, SC e RS), a inclinação do Sol varia muito ao longo do ano, chegando Porto Alegre a ter 14 horas de Sol no dia mais longo do ano (21 de dezembro, entrada do verão) e 10 horas de noite apenas. Já no inverno o inverso acontece, ou seja, são 10 horas de Sol apenas e 14 horas de noite.

 

Variação da inclinação solar comparando Porto Alegre e Macapá no verão e inverno:

Devido a isso, a variação de climas é bem acentuada no Brasil, sendo, no entanto, um domínio muito grande de climas tropicais quentes, amplas precipitações com algumas exceções, e em termos de médias e amplitudes térmicas:

 

- na direção norte – sul do Brasil, saindo de Macapá/AP para Porto Alegre/RS, a amplitude térmica aumenta (a diferença entre a máxima e a mínima fica mais acentuada) e a média térmica (temperatura média) diminui.

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